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Estudante de Comunicação Social com Habilidade em Jornalismo na Universidade do Vale do Sapucaí - MG - Pouso Alegre. Resido em Córrego do Bom Jesus, extremo sul de Minas Gerais.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Hemodiálise: O rim mecânico que prolonga a vida

Pedro Henrique Martins

Sábado, 26 de setembro. Às 11h começa mais uma sessão de hemodiálise no Hospital Regional Samuel Libânio, em Pouso Alegre. Logo na chegada, dezenas de pessoas esperam do lado de fora da sala onde acontecem as sessões de hemodiálise.

Estes pacientes estão prestes a iniciar o tratamento naquele dia nublado. Neste mesmo horário vinte e uma pessoas terminam o dever do dia. Eles já tinham passado pelo mesmo procedimento que os próximos pacientes iriam enfrentar.

São pessoas de diferentes cidades, angustiadas e já familiarizadas com todo o processo de hemodiálise, para alguns deles a única saída é o transplante de rim. A hemodiálise substitui a função dos rins ao filtrar, em uma máquina, o sangue dos pacientes, eliminando as toxinas. O trabalho é doloroso. Mas é impossível ficar sem.

Diversas enfermeiras trabalham a todo vapor. Normalmente cada paciente faz hemodiálise três vezes por semana, durante quatro horas. Somente no Hospital Regional de Pouso Alegre, 65 pessoas passam diariamente por esse processo de limpeza do sangue, já que seus rins não cumprem este papel.

O trabalhador rural de Ipuiuna, José Benedito Pereira Filho, 67, faz hemodiálise há dez anos. Sua história é marcante. Ele sofre de insuficiência renal e não acredita que um dia será possível fazer o transplante de rim. A idade é seu maior obstáculo. “Não tenho mais esperança, a hemodiálise é o que me resta, o que vier daqui para frente é lucro”, afirma.

Casado e pai de oito filhos, seu José já tentou fazer o transplante três vezes, mas não obteve sucesso. Um problema de coração dificultou a cirurgia. Sem esperanças de cura definitiva, José diz não ter medo da morte. “Tenho medo apenas de ficar sofrendo, mais de morrer não”, conclui.

No Dia Nacional de Transplante de Órgãos, uma dupla de músicos ficou responsável de celebrar, juntamente com os pacientes, a data especial para eles. Atividades de recreação para os doentes não são comuns, mas ajudam a passar o tempo, aliás, são quatro horas sentados em uma maca a espera de um sangue puro e filtrado.

Clodoaldo Antônio da Costa e Cirineu Matias (conhecido como Ney Viola) foram os responsáveis por animar aquela tarde de sábado. Para os pacientes, as próximas horas seriam mais fáceis de suportar, pois as músicas faziam um retrospecto de suas lembranças. Ao som de “Chico Mineiro”, as pessoas se emocionavam e tentavam esquecer por um instante aquele transtorno que se tornou a hemodiálise.

Como é caso de Nádia Andréia de Oliveira Silva, 38, há quatro anos realiza a hemodiálise em Pouso Alegre. Lágrimas escorriam pela sua face, lembranças da infância a atordoavam. “Essas canções me faz [sic.] lembrar meu pai, minha infância, minha família, por isso que me emociono.

O fato de estar em uma maca de hospital três vezes por semana facilita a emoção”, relata. Divorciada e mãe de dois filhos, Nádia torce por um transplante, pois seus pais não podem ser seus doadores. Sua mãe é diabética e seu pai hipertenso. “O que eu mais quero nessa vida é um transplante, para que eu possa ficar livre dessa máquina e retomar minha vida normal”, conclui. Ela também é portadora de insuficiência renal crônica.

Para alguns pacientes, é do cateter localizado do lado esquerdo do pescoço que o sangue passa pelo processo de filtragem. Para prolongar a vida é necessário se submeter à máquina de hemodiálise. Em Pouso Alegre, os equipamentos são de última geração. “Tem máquina que parece um avião”, diz a enfermeira supervisora, Ana Maria de Lorena.

Nessas horas não importa a classe social, somente nessa sessão, jornalista, advogado, aposentado, empregada doméstica, gente de toda classe em busca de um único objetivo, a cura da insuficiência renal.

Cancelamento do Enem não altera os vestibulares na região


Pedro Henrique Martins

O adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio para os dias 5 e 6 de dezembro não vai alterar os vestibulares na região do sul de Minas. As principais faculdades das cidades de Itajubá, Santa Rita do Sapucaí, Pouso Alegre e Alfenas não serão prejudicadas pelo vazamento da prova. O Ministério da Educação cancelou na madrugada do dia 1º de outubro, a prova, que seria aplicada dia 3 e 4 do mesmo mês, para 4,1 milhões de candidatos em 1,8 mil cidades do País.

A decisão foi tomada pelo ministro Fernando Haddad após ter sido alertado pela reportagem do Jornal Estado de São Paulo sobre a quebra do sigilo do exame. Na tarde de quarta-feira, 30, o jornal foi procurado por um homem que disse, ao telefone, ter as duas provas que seriam aplicadas no sábado e no domingo. Por esse motivo as universidades tiveram que se repensar em seus vestibulares, o que não aconteceu no sul de Minas.

A Universidade Federal de Itajubá – Unifei, segundo informações de Nilda Faria, técnica administrativa da Pró-Reitoria de Graduação, o Processo Seletivo de Admissão 2010 não sofreu alteração em virtude do cancelamento do novo Enem. Todos os cursos oferecidos nos campus Itajubá e Itabira vão aceitar as notas do Enem. Alguns cursos terão provas específicas.

Para quem optar pela área de engenharia, por exemplo, terá a nota no Enem 2009 somada com a prova específica, que vai acontecer dia 17 de janeiro. “Acredito que o cancelamento do Enem não trouxe prejuízos para os alunos, pois todos os cursos aceitam a nota do exame, o que houve foi à alteração da prova específica”, relata Nilda. O candidato que queira ingressar na Unifei, terá que fazer o Enem 2009 e depois a prova específica.

Já na Universidade Federal de Alfenas – Unifal, de acordo com Eliane Marques Silva, administradora da Comissão Permanente de Vestibular, o Enem foi adotado como única forma de ingresso do estudante à instituição.

Com o adiamento do exame o único prejuízo foi à alteração da matrícula, pois as notas do Enem serão divulgadas apenas no começo de fevereiro. “Espero que não atrase o calendário escolar e também não atrapalhe as aulas, pois a publicação das notas coincidirá com a volta as aulas”, conclui Eliane. Nos campus de Varginha, Poços de Caldas e Alfenas o vestibular 2010 não terá segunda fase.

A Faculdade de Administração e Informática de Santa Rita do Sapucaí – Fai, devido ao adiamento do Enem não vai aceitar as notas do exame para o vestibular que aconteceu dia 10 de novembro. Justamente pelo fato do vestibular ser antes da aplicação do novo Enem dia 5 e 6 de dezembro. O candidato pôde utilizar as notas do Enem 2008.

O mesmo acontece com o Instituto Nacional de Telecomunicações de Santa Rita do Sapucaí – Inatel. Para o Presidente da Comissão do Vestibular, Carlos Nazareth Mota Marins, o vestibular que acontece dia 12 de dezembro não vai aceitar notas do Enem. Carlos explica que essa atitude não tem ligação com o cancelamento do exame. “Não vamos utilizar o Enem para o vestibular do fim do ano, essa é uma decisão tomada antes do cancelamento do mesmo”, relata Carlos. Para o Processo Seletivo de verão que acontece em fevereiro, ainda sem data definida, o candidato poderá utilizar a nota do novo Enem. A prova é em fevereiro, mas as aulas começam somente em agosto.

A Universidade José do Rosário Vellano – Unifenas vai destinar 12 vagas de cada curso para os candidatos que irão fazer o Enem 2009. A seleção destas vagas ficará por conta do desempenho de cada aluno mediante a realização da prova. Gércio de Matos, membro da Comissão Permanente do Vestibular, relata que o vestibular para o curso de medicina, que aconteceu em 24 de outubro, não aceitou nenhum Enem.

Em Pouso Alegre, a Universidade do Vale do Sapucaí – Univás, segundo informações de sua Assessoria de Comunicação – Ascom, a faculdade não usou as notas do Enem para o vestibular que aconteceu entre os dias 14 e 15 de novembro. A única forma de ingresso a Univas é somente o Processo Seletivo da própria instituição. Vale para todos os cursos.